O Revés Humano na Visão de Geoffrey Chaucer

Geoffrey Chaucer, escritor inglês que viveu na idade média, considerado como o pai da poesia Inglesa, conheceu toda a efervescência das procissões religiosas ou das cruzadas. Ele decide criar sua própria Via Crucis ou o caminho da auto-redenção para demonstrar como o homem daquela época, com suas histórias de vida individuais, suas crendices, estava inserido dentro deste contexto.

Então, escreveu uma história sobre um grupo de peregrinos a caminho da Cantuária. Deu a cada um deles, a missão de contar duas histórias para entreter uns aos outros durante a viagem; com histórias a desenvolver-se em torno do tema do amor heroico e honrado, uma expressão de amor que era muito bem quisto naquela época; o amor cavalheiresco, sincero e submisso, disposto a sacrifícios ao custo da própria vida se preciso fosse.

Mas, Chaucer não para por aí, ele vai além; resolve mostrar também que nem todo homem, nem todo sentimento, mesmo inserido em um mesmo contexto de época, tem o mesmo zelo pelos códigos de honra e o gosto pelo refinamento.

Logo no início dessa jornada, nos dois primeiro contos de sua coletânea. Ele altera o tom e o nível pesadamente desta duas narrativas, de uma para com a outra, as histórias são contadas por dois personagens que têm olhares distintos sobre a realidade ao seu redor. Então, Chaucer vai do céu ao inferno com o intuito de apresentar as diferenças de classes de educação destas personagens, mostrando ao público, desse modo, o constrangimento da baixeza do homem.

Por isso, o escritor é levado à presença da realeza para se retratar sobre os desvios de eloquências. Como pode alguém tão refinado, de ares eruditos e linguajar polido, regredir-se em tal nível de baixo-calão? Suas justificativas seriam sempre inapropriadas. A formidável exposição da natureza humana exigiria recursos mais sutis.

Chaucer leva suas persongens à reflexão em o caminho da auto-redenção. Gente de toda estirpe, de todas as categorias que compunham e representavam uma sociedade de época, a sociedade da era medieval; bonitos e feios, ricos e pobres; gente bem formada e bem apresentada perante o olhar da sociedade, com seus cargos e ofícios, com suas belas vestimentas de finos ornamentos; porém, muitas vezes, com índoles de baixa moral.

Também, a gente da classe mais humilde; talvez, até mais sincera ou mais devota que os demais, ou que pudessem, assim, ser considerada, mais compassiva ou de alma pura. Mas, não se engane. A precariedade do ser, nem sempre está ligado ao status ou classe social; muitas vezes, isto está relacionado com a pobreza de intelecto ou de estado de espírito. Talvez, fosse isto que autor quisesse mostrar.

O primeiro conto é o conto do cavaleiro, no qual o autor descreve os atributos tão almejados por aqueles que desejavam atingir esse status, do bom cavaleiro, do ser heroico-aventureiro, distinto no brasão e no código de honra; pessoas muito educadas e relações cortês; sobremodo, valentes, de reputação inigualável.

Em seguida, vem o conto do moleiro. Neste conto, o autor assume a voz de um bêbado, uma personagem simples, com modos escrachados, acostumado a ouvir os causos de escárnio com o uso de palavras chulas, que circulavam nas rodas mais populares do dia a dia.

Isto servia para mostrar a mentalidade pequena de uma pessoa que estava inserida em um contexto de privação intelectual, estava apenas habituada à diversão sob o viés da baixeza, das histórias fúteis e imorais.

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